Hairstylist de origem espanhola, criador da técnica brushing e empresário no sector da cosmética. Patrick Alès deixa-nos aos 88 anos, mas ainda há muito para contar. Conheça a sua história!

Nascido em 1930 em Santander (norte da Espanha) com o nome Jesús González, Patrick Alès emigrou para França aos sete anos com a sua família para fugir da guerra civil. Na adolescência, foi estafeta de um dos maiores salões de beleza de Paris, antes de se tornar num hairstylist de renome ao lado de nomes como Jean-Louis David e Jacques Dessange.

Em 1964, criou a técnica pela qual é e sempre será reconhecido: o brushing*, executando looks sofisticados e luxuosos que conquistaram celebridades de todo o mundo como Catherine Deneuve, Jackie Kennedy, entre tantos outros. “Na minha opinião, todas as mulheres personificam a beleza”, afirmava o estilista.

Um ano depois, inaugurou o seu próprio salão chamado ‘L’Espace Beauté Patrick Alès’ nos Campos Elísios, a principal avenida de Paris, onde atendeu reconhecidas celebridades francesas como Edith Piaf e Brigitte Bardot, que apreciavam a discrição do seu espaço que apresentava cabines privadas e estacionamento.

Preocupado com a saúde das mãos dos seus colaboradores (em contacto permanente com substâncias químicas), bem como com o couro cabeludo das suas clientes, formulou numa velha máquina de amassar pão, na sua garagem com a ajuda da sua esposa, produtos capilares à base de plantas com o lema que jamais deixará: ‘primum non nocere’ (Primeiro, que não prejudique) e uma convicção: se as plantas possuem propriedades cosméticas para a pele, têm-nas necessariamente para o cabelo.

Em 1970, fundava, assim, os laboratórios Phytosolba, especializados em produtos capilares comercializados sob a marca Phyto, cujos principais ingredientes são as plantas. Cerca de uma década mais tarde, diversificou os negócios para os cuidados de pele com a aquisição dos laboratórios Lierac e, em 1998, comprou a marca de perfumes Caron (revendida no ano passado).

Há poucos anos, o grupo Alès apresentava alguns problemas financeiros o que o levou a abandonar a presidência do grupo em 2015, mas permaneceu no conselho de administração, antes de ceder a função ao seu filho Romain no ano passado. “Ao longo de toda a sua vida, o meu pai partilhou connosco as suas paixões, o seu amor pelas plantas, a sua visão e a sua curiosidade. (…) Fez do Grupo Alès uma empresa cujas marcas são reconhecidas em todo o mundo”, partilha o seu filho.

O hairstylist faleceu no passado dia 20 de maio, aos 88 anos, mas irá ser sempre recordado na história dos profissionais de beleza como o visionário e empreendedor que foi.

Fontes: Phyto, Le Figaro

*Nota: patente adquirida pela L’Oréal uma década mais tarde