Se é certo que a pandemia nos impactou nas mais diferentes dimensões da nossa vida, também é certo de que serviu para reconhecer o papel dos profissionais e serviços do sector da beleza profissional na nossa auto-estima e consequente bem-estar. Prova disso foi que perante a impossibilidade de visitarmos os cabeleireiros e centros de estética, sentimo-nos temporariamente perdidos, por deixarmos de ter a atenção e cuidados especiais de quem de nós sabe tratar.

Ao cuidar da beleza, os profissionais do sector são também responsáveis por promover o bem-estar dos clientes. De acordo com Paula Frazão, Psicóloga Clínica e Coach de Desenvolvimento Pessoal, “a insatisfação com a aparência pode trazer uma série de transtornos e é muitas vezes impeditivo para que as pessoas lidem com problemas simples no dia-a-dia, além de causar frustração, tristeza e depressão”. Nesse contexto, os cabeleireiros, esteticistas, barbeiros, maquilhadores e manicures têm a capacidade de interferir positivamente, possibilitando não só que homens e mulheres façam as “pazes” com a auto-estima, mas também promovendo o seu bem-estar geral. Paula Frazão apelida-os de “terapeutas da alma e do rejuvenescimento” porque contribuem para reforçar o nosso poder interior. “Quando nos sentimos bonitos, não nos sentimos poderosos e mais confiantes para enfrentarmos o mundo?”, questiona Paula Frazão. Pois são estes profissionais “que duma forma imediata elevam o nosso ego e nos fazem sentir “belos”, por fora e por dentro”, responde.

Ser saudável e promover uma boa relação com a auto-imagem

Actualmente ser saudável é muito mais do que mera ausência de doença. Ser saudável é sentirmo-nos bem e podermos viver a vida com qualidade e autonomia, em perfeito bem-estar. E os cuidados de beleza fazem parte desta equação enquanto geradores de auto-estima e, consequentemente, de bem-estar. Facto corroborado pela psicóloga clínica que refere que “O cuidado que temos com o nosso corpo é essencial para nos sentirmos bem na “nossa pele” e isso sem dúvida se reflecte na nossa auto-estima. Melhor auto-estima conduz a mais auto-segurança, mais auto-confiança, mais acreditar e uma maior resiliência para enfrentar os desafios da vida”. Há, no entanto, aqui uma ressalva segundo Paula Frazão “a auto-imagem não é imperativa para se ser saudável, mas antes é imperativa para se sentir saudável e o sentir facilita o chegar ao ser”.

A importância da beleza na saúde mental e bem-estar

Mas então em que situações é que uma visita aos espaços de beleza tem um objectivo “terapêutico”? Quando a imagem não corresponde à expectativa, quando não nos sentimos bem com o que vemos ao espelho, quando não gostamos dos nossos cabelos, do nosso corpo e da nossa pele isso afecta o nosso humor, aumenta a nossa insegurança e tem impacto na nossa relação com os outros. Algo que se agudiza numa situação clínica de “depressão”. Neste contexto, tal como sair de casa, passear, socializar, também cuidar da imagem faz parte do processo de recuperação. Por este motivo, na opinião de Paula Frazão “os profissionais de beleza são imprescindíveis neste processo. São eles que reactivam a nossa beleza interior e exterior, nos ajudam a gostarmo-nos ainda mais de nós própria(o)s, estão presentes para nos ouvir, para nos reforçar e nos motivar. São confidentes, mas também conselheiros”.

A saúde mental e bem-estar em tempos de pandemia

É indiscutível o impacto da pandemia no bem-estar das pessoas. O confinamento, o isolamento, a crise económica, as alterações acentuadas no estilo de vida, os novos hábitos de vida e de comportamento, a sensação de insegurança provocada pelo vírus e o medo, levaram a que muitos portugueses sentissem muito mais stress”, explica Paula Frazão. Em simultâneo, com o   encerramento dos estabelecimentos do sector da beleza profissional, as pessoas sentiram-se “temporariamente sem saber o que fazer aos cabelos, rosto, corpo, pele, mãos, que deixaram de ter a atenção e cuidados especiais de quem deles sabe tratar”.

Dos sectores mais procurados no pós-confinamento

No final de cada confinamento, com a reabertura do sector, assistimos a uma corrida aos salões e espaços de beleza. Depois de meses em casa, tristes e cansados, os portugueses sentiram a necessidade de mudar de visual, cuidar de si, melhorar a sua “auto-imagem”, para se sentirem melhor consigo e com os outros. “É como se tivéssemos voltado à vida e a um novo acreditar”, afirma Paula Frazão, que aproveita para deixar um enorme obrigado a todos os profissionais de beleza.

Atelier Chiado Hair Salon