Jorge Pereira, o conquistador
Em ano de europeu, Jorge Pereira já conquistou a medalha de bronze, mas aqui falamos de campeonatos de cabeleireiro. O amor pela profissão já vem de família. O pai, Amadeu Pereira, também barbeiro e a sua fonte de inspiração ensinou-o a domar os cabelos e a cortar com precisão. Agora, com já vários anos de profissão acredita que a Educação é o caminho para uma evolução contínua. Elemento da Seleção Nacional de Cabeleireiro e com vários prémios nacionais e internacionais na bagagem, confessa que fazer alguém feliz é o que mais o motiva a continuar a abraçar a arte das tesouras.
Trabalha com o seu pai na Barbearia Moderna. Que papel teve o seu pai na escolha da profissão?
Foi ele que me inspirou, ele é o meu mestre, ensinou-me praticamente tudo sobre a barbearia e ajudou-me a evoluir. Gostamos de trabalhar juntos e muito recentemente abrimos uma nova Barbearia numa freguesia vizinha.
Pertence à Seleção Nacional de Cabeleireiros e representa o país nos campeonatos do mundo e europeus, o que é que isso significa para si?
É um orgulho enorme, não só para mim, mas também para o meu pai e isso ainda me deixa mais feliz.
Quais sãos os requisitos para competir nestes campeonatos?
Para podemos pertencer à Seleção Nacional e competir pelo nosso país temos que pertencer ao Núcleo Nacional da Arte em Cabelos (NNAC). O requisito principal é ter talento, depois é preciso treinar muito dentro dos critérios do NNAC para estar preparado para representar o país nos campeonatos Europeus e do Mundo.
Como e quando é que começou a participar nestas competições?
Participo em competições há sensivelmente 6 anos. A primeira vez foi no campeonato de Portugal em que consegui chegar ao pódio e ficar em terceiro lugar. Depois, tenho vindo a participar em várias competições na Europa, conseguido arrecadar alguns prémios, como foi o caso do Concurso Nacional das Barbearias, o Campeonato Ibérico (HispanoLuso), o Campeonato de Portugal e mais recentemente o 3° Lugar no Campeonato do Mundo. O meu pai compete sempre e, embora em equipas distintas, é um caminho que temos feito juntos. No campeonato francês ele conseguiu o 3° Lugar, o que me deixa muito orgulhoso.
O que o leva a continuar a competir?
O que me leva a competir é sentir-me realizado. Depois de participar pela primeira vez fiquei sempre com a sensação de que conseguia fazer mais e melhor. Sou perfeccionista por natureza, por isso procuro sempre a perfeição, tenho um cuidado enorme nos detalhes e adoro inovar e estes concursos são uma forma de me desafiar. E há também o outro lado: o reconhecimento. Depois de ter participado e ganho vários prémios, os meus clientes confiam ainda mais no meu trabalho e sentem que estão “em boas mãos”.
Como é que se prepara para uma competição deste género? Quais são os detalhes do processo?
No meu caso, começo por procurar inspiração e novas ideias, que são o ponto de partida para idealizar e projectar o que quero fazer. Depois de decidido o look, treino bastante para que no dia da competição fique perfeito.
O que não pode faltar?
Perfeccionismo, sou mesmo muito perfeccionista. No final da competição tenho sempre muita atenção às imperfeições do meu trabalho, para poder trabalhá-las e melhorar para a próxima competição.
O que representa para si o patamar de reconhecimento nacional e internacional que já alcançou?
Para mim é extremamente importante, faz-me sentir que estou no caminho certo.
E o que mudou no seu dia a dia?
Desde que comecei nas competições tenho ganho muito mais clientes, de resto continua tudo igual, sou o mesmo de antes, fiel aos meus valores e a minha preocupação continua a ser fazer o cliente feliz com o meu trabalho.
Tem representado o Centro Artístico e Cultural dos Cabeleireiros de Portugal (CACCP), com apresentações de colecções na Expocosmética e na In Beauty e representa ainda o Clube Artistico dos Cabeleireiros de Portugal (CACP) nos noivos de Santo António em Lisboa. O que é que significa para si enquanto profissional marcar presença nestes palcos?
Estar em palco a representar estas associações e apresentar colecções para os meus colegas de profissão que estão a assistir para aprenderem algo novo, conhecerem novas tendências, novas técnicas, etc, é uma responsabilidade enorme e um sentimento de reconhecimento do meu trabalho.
Sabemos que é também formador de barbearia. Que papel tem a formação na sua carreira?
A Formação é muito importante nesta profissão. É uma maneira de transmitir o que sei fazer de melhor, os meus conhecimentos e técnicas às gerações futuras e ajudar colegas a evoluir.
Onde é que dá formações?
Neste momento por causa da Pandemia fiz uma pausa, porque para mim a Formação só faz sentido se for presencial, porque na nossa área é realmente necessário que os alunos estejam presentes a aprender e a sentir os cabelos, as texturas… No entanto já dei formação na escola ACP, na escola Do it Better, no Esplendor Visual e também organizo as minhas próprias formações, a última foi no passado dia 21 de Junho.
Onde se formou?
A minha principal formação foi “on the job”, com o meu pai, na barbearia. Mas mais tarde formei-me no IEFP de Aveiro e no ACP. Tive ainda a oportunidade de fazer formação internacional com nomes reconhecidos para me preparar para o Campeonato do Mundo e da Europa.