Adelaide Nunes – O poder da imagem

A imagem não é tudo, mas conta e muito. Sobretudo no universo da beleza. Por isso marcámos encontro com a consultora de imagem Adelaide Nunes, que nos falou da importância da imagem para um hairstylist e partilhou dicas sobre como melhor ler e compreender a cliente actual.

Os cabelos foram o seu ponto de partida, tendo sido formadora de L’Oréal Professionnel e de Kérastase. O que a levou a mudar – a optar pela consultoria de imagem?

Adoro Kérastase e sou fã do conceito L’Oréal Professionnel, mas percebi que queria trabalhar a moda e a beleza de uma forma global. Estava certa de que a imagem teria um impacto cada vez maior e, de facto, é algo que já se está a verificar. Penso que, em parte, se deve ao facto de vivermos numa sociedade de informação que valoriza a imagem e nos expõe a uma diversidade de estímulos, nomeadamente do mundo digital. É especialmente perceptível nas gerações mais jovens, que estão a antecipar a preocupação com a imagem, e na faixa entre os 40 e os 50 anos, que começou a preocupar-se mais. Conscientes desta realidade, as marcas lançam produtos transversais e acessíveis a todas as bolsas.

Adelaide Nunes

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Além de consultora de imagem, colabora com diversas marcas de beleza, sendo formadora em eventos de cariz profissional. Que ideias-chave costuma passar aos profissionais nesses encontros?

Os profissionais da área de cabelos e beleza devem ser o espelho dos serviços que oferecem. Aos cabeleireiros, em particular, costumo passar a ideia de que devem ter um cabelo muito bem cuidado, porque esse é o seu core business. Mas a atenção deve estender-se à pele, às unhas, ao guarda-roupa… à estética do próprio salão. O seu discurso também deve transmitir confiança. Felizmente, tem havido uma grande evolução nesta área.

Adelaide Nunes

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Também costuma sensibilizar os profissionais para a importância de fazer uma ‘leitura’ da cliente que chega ao salão. Em que aspectos deve o cabeleireiro focar-se?

É muito importante perceber qual é o perfil da cliente. Por isso é preciso escutá-la e fazê-la sentir-se à vontade para partilhar informações determinantes para um bom aconselhamento: o seu estilo de vida, se o seu trabalho a obriga a passar muito tempo no escritório ou no exterior, se costuma viajar, que cuidados costuma ter com o seu cabelo, etc.. Este tipo de informação vai aferir a sua disponibilidade para cuidar do cabelo e visitar o salão.  A partir daí, é possível fundamentar uma opção por um corte ou coloração que exija mais ou menos manutenção. Na coloração recomendo sempre que o profissional se oriente por três vectores: a tonalidade da pele, a tonalidade dos olhos e as cores que a cliente costuma usar em roupa e acessórios.

Adelaide Nunes

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O que deve o profissional fazer quando a cliente chega ao salão com uma ideia que não a favorece?

O profissional não deve dizer imediatamente ‘não’. Em vez disso, deve escutar a cliente e procurar compreender o que motivou aquela escolha – inspirou-se numa celebridade que admira? – e começar a desconstruir a ideia. Uma questão que pode colocar-lhe é de que forma ela acha que aquele corte ou aquela coloração vai favorecê-la. E depois explicar que as características da celebridade em questão são diferentes das da cliente, por exemplo: os formatos do rosto, a densidade dos cabelos, os tons de pele. Desta forma, a cliente vai constatar que aquela não é a melhor opção para si e ficar mais receptiva às propostas do cabeleireiro.

Com base na sua experiência, como define a consumidora actual?

A consumidora actual é uma mulher que percebe que a imagem contribui para projectar a sua personalidade e tem um papel fundamental na auto-estima. Os cabelos são, claro, uma parte muito importante. É informadíssima: descobre facilmente quais são as tendências e os novos visuais das figuras públicas. Mas, por vezes, há um desfasamento entre a informação que a consumidora leva consigo para o salão e a que o profissional tem naquele momento. É preciso aproximar estes dois mundos.

Adelaide Nunes

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Como?

O cabeleireiro deve dedicar algum tempo do seu dia à pesquisa na Internet. Deve procurar informação nos mesmos sites – blogues, redes sociais, etc. – que as suas clientes visitam, descobrir novas tendências e técnicas, ver o que se está a fazer nas passerelles. E, claro, continuar a apostar na formação, pois só assim vai ser capaz de realizar os trabalhos pretendidos pelas suas clientes.

Quem é Adelaide Nunes

Consultora de Imagem, Stylist, Formadora,

Coacher e Personal Shopper

A sua primeira paixão foram os cabelos: foi formadora de L’Oréal Professionnel e de Kérastase. Afirma que L’Oréal Professionnel foi uma grande escola, onde se tornou uma profissional com um elevado grau de exigência. “Ensinou-me a importância de manter a proximidade com as equipas e que a consumidora tem sempre uma palavra a dizer”, revela.
Depois apaixonou-se pela moda e beleza como um todo: da cabeça aos pés. Uma paixão que virou a sua vida ‘de pernas para o ar’ da melhor maneira possível. Hoje os seus serviços são procurados por grandes marcas de beleza, cabelos e não só, pois a sua visão global permite-lhe ir mais longe. Assim, além de fazer o styling em produções, Adelaide Nunes também cuida da imagem corporativa de profissionais de diversas áreas. Entre os seus clientes encontram-se marcas como L’Oréal Professionnel, Redken, Matrix, Lancôme, Century 21, SIC, Burberry, Furla, Alfaparf Milano, Davines, etc..Blog Between It FashionFacebook Between It Fashion