Jorge Silva Hair Concept: dos golos às #hairgoals

Foi jogador de futebol, correu mundo, mas uma antiga paixão pelos cabelos e pela moda trouxe-o de volta às raízes. Hoje lidera Jorge Silva Hair Concept, um espaço unissexo com 540 metros quadrados e um conceito muito próprio. É também embaixador Alfaparf Milano, marca onde se revê no conceito forte e na alta exigência de qualidade.

Como é que um jogador de futebol se torna cabeleireiro?
O meu pai era cabeleireiro e cresci a fazer três coisas em simultâneo: estudar, jogar no Vitória de Guimarães e ajudar o meu pai. As gorjetas permitiam-me ter dinheiro para as minhas pequenas extravagâncias (risos). Fui sempre trabalhando nas duas áreas, mas quando fui jogar para Inglaterra e para o Brasil, tornou-se impossível conciliar os dois mundos. A carreira de futebolista tem um tempo limitado e, aos 29 anos, dei por mim a pensar no futuro. Sabia que queria viver e trabalhar em Portugal e, após estudar o mercado, percebi que havia uma janela de oportunidades enquanto hairstylist e fashion adviser. Comecei por criar um espaço social para receber os meus clientes e amigos, que era quase uma extensão da minha casa. O conceito foi-se desenvolvendo até se tornar o que é hoje.

 

 

É um espaço muito pouco comum. Como foi concebido? Contou com a ajuda de um arquitecto?
Sim, do Miguel Diogo e do Artur Alves. Fizemos uma ‘compilação’ de ideias sobre o que seriam aqueles 540 metros quadrados e depois disse-lhes: “surpreendam-me”.

E surpreenderam-no?
Sim! O resultado foi realmente impactante e diferenciador. Desde a porta de entrada que muda de cor consoante a luminosidade ao longo do dia, às calhas de lavagem em forma de sapato Louboutin, às bancadas, zonas de trabalho, e até as prateleiras… tudo foi desenhado e projectado ao detalhe para reflectir o conceito que pretendia e, de certa forma, espelhar quem eu sou. Por exemplo, a presença do betão pretende transmitir uma personalidade forte, com autoconfiança e carisma. Já os pilares foram revestidos com um metal acobreado para criarem um ambiente glamouroso, algo que também faz parte de mim. Na verdade, todos os materiais seleccionados são muito especiais e pretendem transmitir uma mensagem.

Trata-se de um salão unissexo, mas não há divisões assumidas. Todos coexistem no mesmo espaço…
Quando vamos a um bar, a uma discoteca, a um evento, homens e mulheres estão separados? Porque haveria aqui de ser diferente? Claro que há uma certa privacidade até pela própria configuração do espaço. No entanto, uma separação marcada não faria sentido, já que as necessidades de homens e mulheres não são assim tão diferentes: ambos querem uma imagem cativante, cuidada, personalizada. E embora a maioria dos meus clientes seja do sexo feminino – se tivesse de arriscar um número, diria 70% – os homens preocupam-se cada vez mais com a imagem.

Tem clientes que vêm de todo o país para serem atendidos especificamente por si. Como é que isso o faz sentir?
A cada trabalho concretizado, a cada cliente feliz, há um recarregar de baterias. É como o Cristiano Ronaldo antes de marcar um golo: primeiro vem o desgaste devido ao esforço de atacar a baliza, mas assim que marca o primeiro golo surge a garra para marcar mais. Sou muito grato a este reconhecimento dos meus clientes, sinto-me um privilegiado. Mas, claro, também conto com uma equipa fantástica que me ajuda a superar as expectativas dos clientes.

Qual o papel desta equipa para o sucesso o salão?
É uma equipa que tem de responder a um elevado grau de exigência – porque quem aqui vem não quer obter um resultado ‘mais ou menos’. Enquanto cabeleireiro e gestor, o meu perfeccionismo faz-me, por vezes, ser um pouco duro e o trabalho num espaço destas dimensões não é nada fácil. Mas somos tão unidos, partilhamos uma tal sinergia e cumplicidade que, por vezes, já nem precisamos de comunicar através de palavras: basta um simples olhar.

 

 

Como é que esse elevado nível de exigência se reflecte no atendimento, trabalhos técnicos e relação com o cliente?
Quando recebemos um cliente queremos que ele sinta que este é o seu espaço, que é aceite e respeitado, quer seja a mais humilde das pessoas ou uma grande celebridade. Esse é um aspecto determinante no nosso atendimento. O diagnóstico é uma fase muito importante. É preciso trabalhar com a individualidade de cada um, tendo em conta a morfologia do seu rosto, as suas características físicas, o seu tipo de cabelo. Compreender o seu lifestyle, como vive e o que faz, também é parte essencial deste diagnóstico. No final, o mais importante é a satisfação, o sorriso, a relação de confiança que se construiu. Saber que se está em boas mãos traz tranquilidade, algo que as pessoas valorizam em todas as áreas da sua vida.

Alguns dos seus clientes são celebridades que, devido à sua exposição mediática, têm uma maior exigência em termos de imagem. Que desafio representam para si?
Exactamente o mesmo desafio da pessoa comum, porque todos temos o direito à imagem, à singularidade. Claro que, quando se trata de uma figura pública, há aspectos que devemos ter em atenção, sobretudo no que diz respeito ao impacto que uma determinada imagem pode gerar junto do público, nos media. Por exemplo, se for um jogador de futebol, tenho de compreender o momento profissional que está a atravessar para saber se posso arriscar um estilo mais arrojado ou, pelo contrário, mais low profile.

 

 

Para além do talento, da criatividade e do domínio da técnica, que outras características são fundamentais para um hairstylist se diferenciar neste mundo tão competitivo?
Em todos os eventos, workshops e shows que realizo tento sempre passar a mensagem de que a cultura e a educação são factores essenciais. Foram valores que o meu pai – que é a minha referência enquanto homem e profissional – me legou.
É primordial que quando um cliente visita os nossos espaços, encontre profissionais que saibam manter um diálogo construtivo e interessante. Não basta saber sobre cabelos, o cabeleireiro tem de saber um pouco de tudo: de política, de desporto, de arte, da forma como a sociedade funciona. E, sem querer tornar-me repetitivo, volto a enfatizar que não é só a figura pública que merece o melhor de nós. Aliás, é quando atendo a pessoa comum que emerge uma grande responsabilidade, porque posso criar-lhe uma imagem que talvez a vá ajudar a obter um emprego ou ajudá-la nas suas relações interpessoais. Nesse sentido, acredito que o hairstylist tem, também, um papel social a desempenhar.

O que é que trouxe do desporto para a profissão?
A capacidade de liderança e de superação – de saber gerir o sucesso e o fracasso. A vontade de ganhar. O futebol é um jogo de relações.
Uma estrutura profissional de futebol envolve mais de uma centena de pessoas, entre jogadores, directores desportivos, dirigentes, médicos, relações públicas… Para além de termos de lidar com os media. Por isso, o futebol veio desenvolver a minha capacidade de comunicar com diferentes tipos de pessoas.


✂️ Alfaparf Milano: uma parceria perfeita ✂️
Alfaparf Milano é uma marca que vai ao encontro das minhas elevadas exigências de qualidade e do conceito do meu espaço. Os italianos são muito fortes em imagem e a Alfaparf Milano é a marca profissional de cabelos italiana número um no mundo. Sou embaixador porque acredito genuinamente na marca: nos seus pressupostos, no que representa em Portugal, na Europa e no mundo. Admiro a sua aposta na investigação científica e tenho o privilégio de estar na presença dos seus cientistas, que me explicam como funcionam os princípios activos, cada ingrediente dos produtos, de forma a aferir, em primeira mão, a sua qualidade. Tem sido um ‘casamento’ muito feliz, feito de partilha de objectivos comuns e de uma grande vontade de construir, de trabalhar para o futuro. Temos feito coisas giríssimas e encantadoras por esse país fora.
Por isso, só posso estar grato à Alfaparf Milano por todo o apoio e por, ao longo destes anos, me ter permitido crescer com ela.”