Ruben Ugarte: “O mercado da coloração é muito forte e muito sensível a todas as mudanças”
Em 1519 nascia Leonardo Da Vinci. Inovador, único e vanguardista. 500 anos depois chega até nós a nova colecção Alfaparf Milano. Uma coloração que em tudo se assemelha ao espírito criativo do artista que lhe empresta o nome e que motivou a nossa conversa com Ruben Ugarte – Responsável de Educação Internacional da Alfaparf Milano e Director Técnico em Itália.
Qual foi o propósito que conduziu esta investigação?
A motivação para a Alfaparf Milano é sempre a mesma: oferecer produtos e resultados inovadores, colocando sempre a performance em primeiro lugar. Neste caso específico, o objectivo foi satisfazer o desejo das mulheres, de terem uma cor “especial”, que, apesar de ser diferente, não se afasta das cores “tradicionais”, podendo ser usada todos os dias. Em casa, no trabalho, no supermercado… Isto porque, há uns anos atrás vivíamos a explosão das cores “crazy”. Cores fortes e chamativas, que podiam apenas viver em realidades muito específicas, nomeadamente em circunstâncias laborais que as permitissem e em pessoas com uma visão particular.
As cores de Leonardo nascem precisamente para trazer esse mundo “crazy” à mulher quotidiana, através de cores que não exigem descoloração do cabelo, nem manutenção especial, mas que, ao mesmo tempo, são únicas
O que destaca como verdadeiramente inovador nesta coloração?
As cores de Leonardo incluem um terceiro reflexo na nomenclatura e isso cria um efeito, podemos dizer, holográfico. Um reflexo dentro da cor que aparece e desaparece. Que o olho tenta captar mas escapa. É quase uma cor que se move, que tem vida própria. Esta coloração nasce de uma tecnologia em particular: um software que procura entre mais de 2.000 fórmulas de cor, e graças ao algoritmo criado pelos nossos químicos, uma combinação inédita, que, entre arte e técnica, nos lembra o génio de Da Vinci, no ano de seu 500º aniversário!
Quando começou a ser desenhada esta colecção para que o seu lançamento coincidisse com os 500 anos de Da Vinci?
O foco no projecto Leonardo Da Vinci começou há cerca de 3 anos, mas é difícil apontar quando foi exactamente o “início” da investigação. Isto porque os nossos laboratórios estão constantemente à procura de novas alternativas, novos corantes e novas formas de os usar e combinar.
Acreditamos que por detrás de um lançamento como este haja uma grande equipa. De que forma os vários departamentos se envolvem numa colecção?
Todos os projetos da Alfaparf Milano envolvem muitíssimos elementos. Desde a pesquisa no nosso laboratório de inovação, até à identificação da necessidade do cliente final, passando pelo olhar atento do nosso cliente cabeleireiro, pelo estudo das tendências de moda do nosso marketing, pelos inúmeros testes com os técnicos em todo o mundo e pela visão diária do nosso departamento comercial. Nenhum lançamento é casual, todos são enriquecidos com as sugestões de cada interveniente.
Porque é que a coloração desempenha um papel tão importante no mercado de beleza profissional?
A coloração é, provavelmente, o serviço com o qual o cabeleireiro se torna mais fiel e é também o produto no qual cada empresa pode colocar o seu “carácter” e a sua “identidade”. Há certamente aqui uma razão comercial muito importante. O mercado da coloração é muito forte e muito sensível a todas as mudanças. A mulher e o cabeleireiro respondem muito rapidamente a essas mudanças e estão sempre à procura de novas propostas, de resultados de cor ou de tecnologia. Isso faz com que todos nós nos movamos nessa direcção.
O que podemos esperar ainda deste serviço?
Cores que trazem corantes “mais suaves” para o couro cabeludo e para a pele. Produtos menos “químicos” e mais “naturais”, mas sem renunciar ao desempenho. E produtos mais atentos ao meio ambiente, não só do ponto de vista da embalagem, mas também do próprio produto.
Para além da coloração, que outros segmentos se mostram relevantes no mercado profissional de cabeleireiro?
Os serviços haircare estão a assumir, sem dúvida, uma nova importância.
Há cada vez mais produtos especializados para o consumidor. Por exemplo, o mercado de Curl está a crescer de forma impressionante. A revalorização dos caracóis é a nova tendência e a ondulação permanente é um mercado que acaba de recomeçar e que verá nos próximos anos um crescimento importante, mas acho verdadeiramente que se estenderá à valorização de cada tipo de cabelo. Daí a especialização dos produtos haircare.
E quais as tendências que, para si, marcam actualmente o mercado da beleza profissional?
Actualmente, como em todos os mercados, o digital é a grande tendência. Estarmos atentos às redes sociais em geral deixou de ser uma escolha. É obrigatório!
O consumo sustentável também nos parece estar na ordem do dia… De que forma esta crescente consciencialização impacta a formulação de produtos de beleza?
A sustentabilidade das empresas, independentemente da área, não é uma opção. É uma necessidade que vai mais longe do que apresentarem-se como “eco-friendly” ao consumidor.
Enquanto empresas, temos que estar cientes do impacto que criamos no ambiente, não só para o minimizar, como também para fazer o que for necessário para melhorar o que está errado. E eu não me refiro apenas ao meio ambiente, mas também ao aspecto social: não podemos parar para ver o que acontece sem tomar uma posição. Acho que esse é o grande desafio para nós, enquanto empresa. Precisamos de fazer coisas pelo meio ambiente e pela sociedade. Precisamos de agir e consciencializar!
No que diz respeito à formulação de um produto de beleza, o mais importante são os princípios activos que elegemos, as consequências que a sua extracção tem no ambiente e o impacto que têm quando em contacto com a pele das consumidoras. Todos estes aspectos têm de ser tidos em consideração no momento de criar a fórmula, para que tanto a componente da performance como a de ajudar o ambiente estejam garantidas.
Depois de uma colecção destas, de que forma a Alfaparf Milano nos vai surpreender ainda em 2019?
Em 2019? Bem, só posso pedir que fiquem atentos às redes sociais da Alfaparf Milano em Portugal. Mais não posso desvendar.