De Viana do Castelo para o mundo. Este é o trajecto traçado por Marisa Martins prestes a disputar o pódio internacional do Next Color GenHAIRation em outubro. Em entrevista exclusiva à Tom Sobre Tom, conta-nos em detalhe a sua experiência no concurso, os pormenores para a criação da sua proposta vencedora e as expectativas para a próxima etapa.

O que a motivou a participar no Next Color GenHAIRation?

Na verdade, foi durante uma conversa com um colega de profissão, o Inácio Eiras. Nessa conversa o Inácio disse-me que se tratava de um concurso a nível nacional numa primeira fase e posteriormente a nível internacional, e incentivou-me a participar.

Que papel teve aqui a Alfaparf Milano?

Para mim  a Alfaparf Milano teve o papel mais importante neste processo pois é uma marca que permite que cabeleireiros “anónimos” possam mostrar o seu talento e os seus trabalhos nos palcos nacionais e internacionais. É por isso uma marca de pessoas para pessoas.

Qual a sua opinião sobre este formato de concursos para profissionais de cabeleireiro?

É muito importante pois permite aos profissionais uma plataforma de crescimento e de projecção no panorama nacional e internacional.

Como se preparou e quais foram os maiores desafios neste processo?

Quando soube em que consistia o concurso fiquei renitente, pois pensei que seria muito difícil. Criar uma cor, que ainda não fizesse parte dos catálogos da Alfaparf Milano, parecia à partida algo difícil de conseguir alcançar, tendo em conta que a marca tem uma enorme variedade de cores.

Para chegar ao objectivo proposto, a minha primeira preocupação foi tentar perceber qual a cor que faltava e que poderia acrescentar algo ao catálogo da Alfaparf Milano. Para o efeito comecei a criar as minhas misturas apontando a fórmula de cada uma delas, o que me permitiu chegar à minha fórmula mágica, o ICED PEACH.

Raramente se aborda o tema da escolha da modelo, mas é uma parte fundamental do processo, não concorda?

Sim, concordo.

Como foi feita a selecção e o que a levou a escolher esta modelo?

Queria alguém que tivesse alguma experiência em palco e que se sentisse bem a ser fotografada.  Mas o mais importante de tudo, que tivesse um cabelo saudável com a sua cor natural, de preferência loiro. Para o efeito recorri a uma agência de modelos que me enviou fotos de candidatas interessadas, foi assim que selecionei a Joana. Achei que era o cabelo e o rosto que se encaixavam melhor para o que pretendia.

Que produtos considerou determinantes para a criação da sua proposta? E que técnica de coloração aplicou?

Em relação aos produtos foram 3 aqueles que considerei como os mais importantes, a saber, BB BLEACH, THE HAIR SUPPORTERS e PIGMENTS. A técnica aplicada foi uma descoloração em forma de balayage usando o BB BLEACH HIGH LIFT com oxidante  de 30 V. e recorrendo à imprescindível ajuda do THE HAIR SUPPORTERS. No final apliquei a fórmula criada para o ICED PEACH, com Evolution of the Color (10.432 + 6.66 I) e Pigments GD. E mais não posso dizer…. (risos)

O que retirou de mais positivo desta participação?

Resumidamente, não importa de onde vens ou onde trabalhas, tudo é possível…

O que representou para si ter sido a vencedora nacional?

Foi algo totalmente inesperado, confesso que nunca me passou pela cabeça conseguir vencer.

O que mudou depois de ter conseguido este reconhecimento do seu talento?

Este reconhecimento abriu-me muitas portas, uma delas foi ter sido procurada por novas clientes, aliás, muitas procuraram o meu salão para aplicação de várias colorações, incluindo a ICED PEACH que já foi aplicada em várias das minhas clientes. No dia-a-dia no salão, os meus clientes partilham comigo o orgulho da sua cabeleireira ser a representante portuguesa numa final internacional.

Este reconhecimento abriu-me muitas portas.

 

Este concurso só veio confirmar a sua paixão por coloração. O que é que mais a desafia no serviço de coloração?

É imaginar o resultado que a minha coloração vai ter em cada um dos cabelos em que a aplico.

Quais são as suas fontes de inspiração?

São ilimitadas (risos), tudo para mim pode ser uma fonte de inspiração, desde uma coisa banal até algo mais complexo, pois considero-me uma observadora, que aprecia os pequenos detalhes.

Quais as técnicas que mais utiliza? Especializou-se em alguma delas?

As minhas técnicas mais usadas são a descoloração e a coloração. Considero que a especialização é feita no meu dia a dia, desde o primeiro dia em que optei por esta carreira até aos dias de hoje.

Que ferramentas são necessárias para um cabeleireiro se tornar especialista em coloração?

Considero que as principais ferramentas são o conhecimento/experiência e uma constante formação.

Considera que a especialização é um fator de diferenciação para um cabeleireiro/salão? Porquê?

Eu não sou a favor da especialização, ter um vasto leque de conhecimentos e valências é uma grande mais-valia para a cabeleireira e consequentemente para o seu salão.

Sabemos que está de partida para Londres onde irá decorrer a final Mundial. Quais são as suas expectativas para a etapa internacional?

As minhas expetativas são as melhores. Tenho consciência que tenho uma cor diferente, e isso pode levar-me a chegar onde inicialmente não pensava ser possível. Aguardo com serenidade a chegada do momento, mas claro que com o aproximar da data o nervoso miudinho vai aparecer. Espero aproveitar ao máximo esta experiência, juntamente com todos os profissionais envolvidos e que me acompanham nesta jornada. Seja qual for o resultado estou muito grata por ter passado por toda esta experiência, eu já me sinto uma grande vencedora Espero aproveitar ao máximo esta experiência, juntamente com todos os profissionais envolvidos e que me acompanham nesta jornada.

Qual o conselho ou a mensagem que gostaria de deixar a futuros participantes?

Deixo uma mensagem simples, saiam da vossa zona de conforto, esqueçam os vossos medos e arrisquem.