Anabela Pereira: “Há sempre alguma coisa que podemos melhorar”

Apaixonada pela cor e pelas técnicas que a permitem, Anabela Pereira afirma ser “insatisfeita por natureza”. Procura saber sempre mais, ser sempre melhor e vai “até ao fim do mundo” para o conseguir. Por cá, é no Manubela Cabeleireiros que faz magia e foi lá que a Tom sobre Tom se reencontrou com a hairstylist, a propósito das técnicas que marcam a temporada.

 

É realmente nas técnicas de cor que encontramos o seu “factor x”?

Eu sou uma hairstylist completa. Sei começar e acabar um cabelo. Aliás, eu defendo que uma cor tem de ter um bom corte, porque quando olho para a pessoa já estou a imaginar o resultado final (a tendência, o contorno, o tamanho da franja…). Mas o que realmente me desperta é a cor, a actualidade da cor e a fusão de tendências. Agilizar a técnica e ver o que é melhor para a cliente dentro daquilo que ela procura. Só dominando as técnicas é que se consegue fazer esse trabalho.

 

E qual a tendência na cor para esta temporada?

Este ano, a tendência é a naturalidade e, apesar de cada técnica mostrar um resultado, todas têm em comum o mesmo objectivo. Manter o respeito absoluto pela raiz natural, não deixar marcas no cabelo e conseguir profundidade, contraste e dimensão.

 

Quais são as técnicas que permitem alcançar esse look tão desejado?

Balayage, highlights, babylights, ombré, folayage… Dependendo do resultado que se pretende, vejo qual a forma de o alcançar e aplico as minhas próprias técnicas.

 

Técnicas com assinatura Anabela Pereira?

Sim, técnicas exclusivas que eu desenvolvo mediante uma pesquisa e que adequo aos diferentes universos. Por um lado, as técnicas Manubela Cabelereiros que respondem de forma mais personalizada ao meu cliente: jovem, urbano e atento às tendências. Por outro, técnicas que lecciono na Academia Anabela Pereira, onde dou formação particular. E ainda as técnicas de cor avançadas e já internacionais que dou em formação L’Oréal Professional.

 

Que exigências de manutenção advêm da aplicação destas técnicas?

Depende. Quando falamos em naturalidade há vários cenários. Se a tendência for pouco subida à raiz, podem passar meses, quase um ano, que o cabelo está sempre impecável. Já se a cliente se quiser sentir muito loura e quiser a técnica muito subida, a manutenção tem de ser mais regular. Nas matizações, como o loiro perolado ou o loiro doirado, a frequência da manutenção é ainda mais importante, isto porque são pigmentos dados pelo profissional e acabam por desvanecer, sair com as lavagens, exigindo alguma manutenção.

 

E como se adaptam as técnicas à cliente?

O diagnóstico é fundamental e aqui o visagismo foi muito importante na minha vida, porque me permitiu perceber os traços do rosto, a identidade e as rotinas da pessoa, as expressões dos olhos, as marcas e a cor de pele, onde se adaptam as cores, o que fica e o que não fica bem… Eu não posso adequar a mesma técnica a pessoas com atitudes, ritmos e quotidianos diferentes. Não posso fazer algo que não corresponda à identidade das pessoas…

 

Como se explica isso?

A minha missão passa muito pela sinceridade. Nada pode correr muito bem se não houver sinceridade de ambas as partes. Sem magoar, é necessário fazer a cliente perceber o que é melhor para ela e que há um processo para o conseguir. Nem sempre é fácil, mas o melhor caminho é termos confiança no nosso trabalho e fazermos o diagnóstico de forma tranquila, porque as pessoas procuram, cada vez mais, o conselho de quem sabe.

 

Então a mentalidade da consumidora está a mudar?

Em parte. As pessoas já não olham para o cabelo de uma forma puramente estética, estão cada vez mais preocupadas com a saúde do mesmo e sabem que o processo não acaba no salão. Ter um cabelo saudável tem muito que se lhe diga e envolve alguns cuidados em casa, porque a coloração traz consequências como por exemplo a necessidade de mais nutrição, hidratação e reposição da essência do cabelo. Mas continuo a achar que ainda não existe muito a percepção do que mudou nos serviços e nas técnicas de coloração para se obterem os resultados tão desejados.

 

E o que mudou exactamente?

Antigamente faziam-se madeixas em duas horas, hoje fazem-se em cinco, porque não há só as madeixas, há a protecção de fibra, as raízes esfumadas, o cabelo sem marcas, a preocupação com o cuidado, oxidações muito baixas… e tudo isto demora tempo. O meu cliente já se habituou ao facto de uma técnica poder levar sete horas a ser feita, mas sinto que no geral não é assim.

 

E quanto à Anabela Pereira? Quais são as grandes referências onde procura inspiração?

Gosto muito do Romeu Felipe pela forma como domina a técnica. Depois, a pessoa com quem mais me identifico enquanto profissional é o Rafael Bertolucci. Gosto dele como ser humano e da mensagem que ele transmite no âmbito profissional. Na Rússia tenho também alguns colegas que admiro pelo pormenor da técnica russa, que é terminada com muita elegância e de uma forma sublime. Muito ao estilo do que eu faço. Há ainda o Alen (Mujagic). Um profissional de quem gosto por causa do detalhe e que já tive o prazer de ter no meu espaço. Depois ligo isto tudo e agilizo. Eu não busco cópias, inspiro-me.

 

Como é que se chega a este patamar?

Eu gosto muito de moda, sou uma pessoa atenta e olho para as coisas mais à frente. Por exemplo, este ano estamos com uma técnica, mas eu já estou a pensar no que vai acontecer depois. Para além disso, sou uma pessoa insatisfeita por natureza. Eu não vejo a perfeição nos resultados, porque acho que há sempre alguma coisa que podemos melhorar. Por isso é que, à procura de formação e conhecimento, vou até ao fim do mundo.

 

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